terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dicionário de Português - Lisboeta

Tenho vindo a observar, como Mamute bem alfacinha que sou, o que as bocas do povo por essa linda Lisboa fora apregoam. Reparo que em todos os pontos do país, os sotaques são bem marcados e referidos em diferentes contextos em tom de sátira. Quem é que nunca imitou o carregado sotaque do porto ou o cantante sotaque algarvio? Não há que enganar. Mas noto que este país parece ter-se esquecido de um sotaque muito particular, é esse o nosso belo sotaque lisboeta.
Atreveria-me até a dizer que se criou uma espécie de dialecto lisboeta que poucos estrangeiros, por mais português que aprendam, entenderão. Decidi então criar um dicionário de português - lisboeta para que fique mais clara a sua compreensão.
Primeiro que tudo eu divido o lisboeta em três categorias: o típico barrista lisboeta, o lisboeta citadino e o lisboeta jovem. Todos eles têm expressões comuns e outras diferentes. Vamos a isto:

Mnhé - Mulher. Esta abrange as camadas mais adultas. Ex. "Aquela mnhé passou-me à frente".

Mnhó - Melhor.

'Tás - Estares. (também pode servir para estás) Englobo com a palavra de cima o exemplo: "É mnhó tás quieto."

Cás - Carlos.

Cáxa - Caixa. (serve também para baixa)

Pache - Peixe.

Comê - Comer. (funciona para todos os verbos, também em A, como "pensá". Na camada popular é mais aplicado o "Comere, fazere, etc.) Ex. com a palavra acima referida "Não vais comê o pache?"

Pfum - Perfume. (geralmente mais aplicada às camadas jovens)

Mêm - Mesmo. Ex. "Esse pfum cheira mêm bem".

Qués - Queres.



E por hoje é tudo. Se me for lembrando, acrescentarei mais palavras ao dicionário. Aceito sugestões e andarei atentamente de caneta e bloco em punho nos transportes da carris.

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